Lucro extra para incorporadoras
Veículo: Valor Econômico Online
Data: 28/01/2010
Autores: Carolina Mandl e Daniela D'Ambrósio, de São Paulo
Titulo: Lucro extra para incorporadoras
Lucro extra para incorporadoras
Essa carteira de recebíveis corresponde a 75% dos R$ 34 bilhões financiados com recursos da poupança em 2009
As incorporadoras de imóveis têm rios de dinheiro a receber. As seis maiores empresas do mercado - Cyrela, Gafisa, Rossi Residencial, MRV, PDG Realty e Brookfield - possuem R$ 25,5 bilhões em créditos dos financiamentos imobiliários diretos a seus clientes. Essa carteira de recebíveis corresponde a 75% dos R$ 34 bilhões financiados com recursos da caderneta de poupança em 2009 e cresce a passos largos.
Tais valores atraem investidores estrangeiros, que estão negociando associações com as maiores incorporadoras. Os recebíveis agem como uma lucrativa atividade financeira paralela. A Cyrela, por exemplo, a líder do setor e a que tem o maior estoque de crédito a receber, com R$ 8,3 bilhões em carteira, retira em média 20% do seu lucro líquido da receita financeira gerada pelos contratos de financiamento.
As incorporadoras foram empurradas para o crédito, que escasseava nos bancos. Até pouco tempo atrás, a incorporadora que não financiasse a venda de seus apartamentos não conseguia desová-los. O cenário mudou. Os bancos têm interesse em oferecer crédito e pessoas físicas e investidores institucionais cobiçam ativos com lastro imobiliário, como Certificados de Recebíveis Imobiliários e cotas de fundos imobiliários e de direitos creditórios (FDIC), que pagam uma remuneração maior que os títulos públicos.
Algumas incorporadoras ensaiam meios de transformar esses papéis em dinheiro mais rapidamente, sem ter de esperar os longos prazos de quitação. A PDG Realty iniciou em agosto de 2009 a venda de R$ 100 milhões em recebíveis por meio de sua própria securitizadora. A Brookfield lançou outros R$ 85,5 milhões em recebíveis em setembro. A Gafisa fez cessão dos recebíveis para um FIDC. A Cyrela também avalia algum tipo de securitização com prazo superior a 5 anos para mais de R$ 100 milhões.
Manter a maior parte desses empréstimos faz bem aos balanços. "As construtoras estão com muitos recursos. Acabaram de fazer ofertas de ações e os recebíveis rendem muito mais do que qualquer outra aplicação do caixa", diz Marcelo Michaluá, diretor da RB Capital, empresa que compra recebíveis para transformá-los em títulos de investimento.
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